sexta-feira, 16 de março de 2012

OLAM – Crônicas de Luz e Sombras







Quando comecei a escrever o texto que falaria sobre esse livro numa página vazia do Word, parei um minuto e olhei pro vazio. Pensei comigo que é muita coragem começar algo (e Deus sabe como isso tem muitos significados – e não, eu não sou atéia, e ainda assim faço mais ciência que você) e, ainda mais coragem começar algo grande como uma história, um mundo, uma cultura, personagens complexos e lugares diferentes. Mais ainda, pensei que estamos num país onde a cultura literária é bem... Bom, como dizer? Precária. Sinceramente não consigo pensar em BONS livros de literatura fantástica feitos no Brasil, na verdade, nenhum romance ATUAL brasileiro me chamou qualquer atenção. Vivemos numa era de romances adolescentes e vampiros brilhantes, biografias de celebridades do BBB e auto-ajuda. Qualquer um que passa uma dificuldade e escreve um livro é um mártir (um beijo pra Bruna Surfistinha que deu e se drogou e agora se acha a nova Clarisse Lispector). E é com esse sentimento de esperança na nossa nação e na imaginação do povo brasileiro que eu faço a minha “crítica” à essa novidade. E já aviso que como literária, sou uma incrível bióloga!! Mas enquanto eu puder abraçar muitas áreas do pensamento, o farei de todo o coração.
                O autor é o tal do Leandro L. Wurlitzer, 36 anos, Doutor (com doutorado, e não um formandinho em medicina ou direito que se chama de doutor, um beijo) em literatura. Nos pediu encarecidamente um parecer sobre a obra dele, e então eu li o Prólogo (http://cronicasdeluzesombras.com.br/capitulos/prologo) e o Capítulo 1 (http://cronicasdeluzesombras.com.br/capitulos/capitulo-1), disponíveis on-line, pra dizer o que achei até agora.
                A primeira boa notícia: Eu, que esperava uma versão bem panaca de Crepúsculo, tive uma agradável surpresa! E eu teria a mesma agradável surpresa se fosse ler o verso do meu shampoo para cabelos armados, então, sem créditos por enquanto... Mas a coisa, de fato, tem conteúdo;  Segunda boa notícia: É um tema que sempre será atual... Poder. Objetos poderosos, fontes ilimitadas, possibilidades...e como nós somos extremamente abalados por isso. Creio que As Crônicas de Luz e Sombra deveria ser lida por muitos parlamentares, assim eles veriam o mal que fazem no mundo;  Terceira boa notícia: Como é escrito por um tupiniquim, não teremos muitos problemas devido à má tradução. Sabe quanto tu lê o livro e tudo que tu entende é “blablabla batatas”? Pois é... ; E por fim, a quarta boa notícia: Tem ótimas referências e embasamentos, um conhecimento sobre tudo que ele inventa de por na narrativa e... Bom, se  mesmo no final de tudo esse livro for uma merda, vai ser uma merda muito bem feita e estilosa, porque o cara tem a propriedade pra fazer o que fez.
                Sobre a história... Bom, deixa o cara falar por si:

                “Em busca de vingança, o líder da mais poderosa classe de guerreiros de Olam, invade
uma cidade proibida atrás da cortina de trevas e enfrenta uma terrível criatura. Sua atitude dá
início a uma contagem regressiva para a guerra entre o império dos shedins e o reino de Olam.
Enquanto nas cidades sombrias os shedins se preparam para a batalha, na principal cidade de
Olam, a mais poderosa das pedras shoham, conhecida como “O Olho” está perdendo o seu
poder deixando a cidade desguarnecida.
A salvação de Olam pode estar bem longe dali, na distante e atrasada Havilá onde um
latash, um misterioso lapidador de pedras shoham conhece o segredo para reativar o Olho.
Seu aprendiz, o jovem Ben, apelidado de “o guardião de livros”, ajuda o mestre a transferir o
conteúdo dos livros-rolos para uma pedra armazenadora. Em uma madrugada, a casa em que
eles viviam em Havilá foi incendiada e o mestre do jovem raptado. Mas antes de desaparecer,
ele lhe deixou um recado numa pedra sentinela. O recado manda que o guardião de livros vá
até Olamir, a principal cidade de Olam e procure por um homem chamado Thamam, para obter
informações sobre um misterioso “caminho da iluminação”, que pode reacender o Olho.”

                (Sinopse do Livro)


                Quando eu li o prólogo e o primeiro capítulo, me chamou atenção o jeito que o autor descreve o que acontece.  O cara tem total noção do mundo que ele criou, dos motivos de cada um e as conseqüências de tudo isso... E mais importante: background. Os personagens já viveram antes, já tem histórias a contar! E então, o cara ganhou meu respeito.
                Devo dizer que tenho algumas pessoas que iam curtir esse livro, mas ainda acho que a narrativa podia ser mais fluida, os sons maravilhosos do nosso português melhor aproveitados (beijo pro João Guimarães Rosa e as aliterações dele), e um pouco menos enrolada, mas acho que isso pode ser um suspense a ser construido, afinal, li duas partes do livro, né?
                Espero sinceramente que o Leandro tenha muito sucesso com esse livro, e a nossa juventude possa se apaixonar por fantasia e acreditar em magia, por culpa de um produto nacional dessa vez!

(por Lulu)

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